ATA DA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 13.07.1988.

 

 

Aos treze dias do mês de julho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Segunda Sessão Extraordinária da Décima Segunda Sessão Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às quinze horas e trinta e cinco minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos. A seguir, o Sr. Presidente deferiu Requerimentos do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que os Projetos de Lei do Executivo nºs 38 e 88/88, sejam considerados em Regime de Urgência e incluídos na Ordem do Dia por força do art. 44 da Lei Orgânica Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Ver. Cleom Guatimozim informou que a Bancada do PDT, através de sua Liderança, solicitou a inclusão, pelo art. 44 da LOM, de projetos de lei já publicados em Edital e informou os motivos pelos quais não solicitou a inclusão do Projeto Praia do Rio Guaíba. A seguir foram aprovadas as indicações do Ver. Artur Zanella, por dezenove votos SIM, um em BRANCO e uma ABSTENÇÃO, e do Ver. Mano José, por vinte votos SIM, para os cargos de 1º Vice-Presidente e 2º Secretário da Casa, respectivamente. Após, o Presidente declarou empossados os Vereadores Artur Zanella e Mano José, convidando S. Exas. a participarem da Mesa de trabalhos. Em continuidade, o Sr. Presidente deferiu Requerimentos do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que os Projetos de Lei do Executivo nºs 32; 34/88; o Pedido de Autorização nº 09/88, sejam incluídos na Ordem do Dia por força do art. 44 da Lei Orgânica Municipal. Ainda, foram aprovados Requerimentos do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/88 seja considerado em regime de urgência; que o Projeto de Lei do Executivo nº 47/88, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões; que o Projeto de Lei do Executivo nº 42/88, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões. Ainda, em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Ver. Hermes Dutra lamentou os fatos acontecidos hoje, nesta Casa, relacionados com a eleição dos Senhores Vice-Presidente e 2º Secretário desta Casa, criticando o rompimento pela Bancada do PDT, do acordo firmado com relação a eleição de uma Mesa de trabalhos pluripartidária. Saudou a presença do Sr. Wilson Santos, Presidente Regional do PL. O Ver. Clóvis Brum criticou a atitude da Bancada do PDT, com exceçao de dois de seus integrantes, de não haverem comparecido à votação para os novos cargos da Mesa, e, conseqüentemente, não formalizando o acordo de formação de uma Mesa com representantes de todos os Partidos desta Casa. O Ver. Raul Casa, disse que o PDT, ao retirar-se do Plenário durante a votação dos indicados aos cargos de Vice-Presidente e 2º Secretário da Mesa, não honrou o acordo assumido anteriormente, e que não esperava essa postura por parte dos integrantes do mesmo. A seguir o Sr. Presidente apregoou Emendas dos Vereadores Clóvis Brum (01), Hermes Dutra (04) e Antônio Hohlfeldt (02), ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/88 (proc. nº 1304/88), que altera dispositivos da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, que estabelece normas de instalações hidrossanitárias e tarifárias para o serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto no Município de Porto Alegre. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antonio Hohlfeldt teceu comentários acerca da circulação, esta semana, da Revista Isto É/Senhor, dizendo que se trata de uma nova fase dentro do jornalismo brasileiro. Comentou reportagem veiculada naquela Revista, referente aos políticos brasileiros, comentando que a classe cada vez mais se desvaloriza e se desacredita frente ao povo. Criticou a atitude do PDT, na votação para Vice-Presidente e Secretário desta Casa, analisando a questão. O Ver. Jorge Goularte, após saudar os Vereadores Artur Zanella e Mano José, pelas respectivas eleições à Mesa desta Casa, analisou os fatos ocorridos durante a votação, referindo-se à ausência de alguns vereadores e às críticas a eles feitas, e dizendo que tais fatos servem como experiência para decisões futuras. O Ver. Caio Lustosa congratulou-se com a eleição do Ver. Artur Zanella e do Ver. Mano José, informando os motivos de sua ausência na votação. Discorreu sobre a votação para Vice-Presidente e 2º Secretário da Mesa, lamentando a ausência do PDT, que não honrou seu compromisso de acordo, e que não se coaduna com o exercício da democracia. Referiu-se ao esforço que o PSDB vem fazendo para unir os vários segmentos progressistas da Cidade, com vistas às eleições e à formação de uma ampla força popular, e de uma aliança realmente renovadora que o momento histórico está a exigir. A seguir, O Sr. Vice-Presidente Artur Zanella agradeceu a todos aqueles que sufragaram o seu nome e o do Ver. Mano José, incluindo entre eles os Vereadores Werner Becker, Adão Eliseu e Caio Lustosa. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e cinqüenta e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Artur Zanella e secretariados pelo Ver. Mano José. Do que eu, Mano José, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e 1a Secretária.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Dou por abertos os trabalhos da presente Sessão.

A Mesa comunica aos Srs. Vereadores que deferiu dois Requerimentos de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, através dos quais solicita que os PLE nºs 38 e 88/88 sejam considerados em Regime de Urgência e incluídos na Ordem do Dia por força do art. 44, da Lei Orgânica Municipal.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é bem objetiva. Nós estamos em Convocação Extraordinária e para tal houve publicação de edital, então, eu tenho dúvidas quanto à legalidade do Pedido do artigo 44, para inclusão no período de Convocação Extraordinária. Então minha indagação é, se cabe a aplicação do artigo 44 no período extraordinário, já que houve uma publicação específica, sobretudo, por iniciativa do Legislativo e não do Executivo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência tem a seguinte posição: depois de um estudo feito sobre a matéria, amplo e genérico, é possível, é regimental, orgânico e etc.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: De maneira, Sr. Presidente, qualquer Vereador, a partir de agora, tendo os 30 dias de qualquer projeto pode pedir o artigo 44 e modificar absolutamente a agenda da Convocação Extraordinária.

 

O SR. PRESIDENTE: Não.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: É evidente. Por que estes dois podem e os outros não poderão? Eu gostaria de ter cópia do teor deste estudo que orientou a decisão da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Darei a V. Exa. a cópia das matérias constantes da ordem da convocação.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Não, Sr. Presidente, eu peço cópias da orientação em relação ao teor da minha Questão de Ordem, da legalidade da iniciativa legislativa de modificar a convocação, incluindo novos projetos. Eu entendo que isto é ilegal.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não inclui novos projetos, a Mesa deferiu projetos incluídos que foram publicados.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Aí é diferente. Então, eu retiro a minha Questão de Ordem. Eles já se encontravam na pauta da convocação?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, nada mais do que isso.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Serão votados na sexta-feira?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa procurará distribuir os trabalhos, possivelmente amanhã, Sr. Vereador.

 

O SR. HERMES DUTRA: Mas o Regimento exige que os avulsos sejam distribuídos 48 horas antes.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos examinar este assunto.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu recomendaria que fosse na sexta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE: Tempo de Liderança com Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do PDT, através de sua liderança pediu a inclusão, pelo artigo 44, de projetos já publicados em edital. Pediu a urgência desses projetos. Verificou também que não foi incluído no pedido do PDT o projeto Praia Rio Guaíba. Vou falar pausadamente para ser bem entendido. O projeto Praia do Guaíba recebeu, na Comissão respectiva, um Substitutivo. Nós, examinando este Substitutivo entendemos que ele tem, no nosso entendimento, alguma coisa que pode ser aproveitada. É verdade, por outro lado, que no Substitutivo há aspectos que não podem ser aproveitados. Entendeu-se, então que, votado dentro do regime de Convocação Extraordinária, tornaria impossível o exame desta matéria, matéria criada na Comissão, motivo pelo qual, Srs. Vereadores, a Bancada do PDT, depois de reunida, resolveu anunciar que para um melhor exame deste Substitutivo deixa fora da apreciação da Convocação Extraordinária, este projeto. Nós não estamos retirando o Projeto, estamos deixando fora da Convocação Extraordinária, para que os órgãos técnicos possam fazer uma melhor apreciação, já que, conforme disse, no meu entendimento, muita coisa ali pode até ser aproveitada. Facilitar, Srs. Vereadores, porque quando veio a Mensagem Retificativa a esta Casa, nós anunciamos, desta tribuna, que a mensagem não pretendia mudar o voto de ninguém, embora baixasse a volumetria dos prédios, embora diminuísse os espaços ocupados. Pois bem, agora, novamente, nós vamos nos deter no exame deste Substitutivo, mas, o Projeto virá à apreciação ainda, talvez – e eu grifo o talvez – até o fim deste mês, depois de examinado o Substitutivo. Seria desconsideração à Comissão se um exame acurado não fosse feito daquele trabalho sobre o qual alguns Vereadores se debruçaram durante tanto tempo. Assim, tendo em vista o ingresso de um Substitutivo ao Projeto Praia do Guaíba, em tramitação na Casa, nós reiteramos a necessidade de um estudo mais profundo deste Substitutivo, levando-se em conta a alteração de importância apresentada ao Projeto, porque ela muda a fisionomia da Capital. Mas eu repito: se, por um lado, este Substitutivo tem apreciável conteúdo, não se pode deixar de admitir que ele também apresenta reais condições de inviabilizar parte do Projeto. Por esta razão, nós entendemos que seria o melhor caminho a votação deste Projeto fora desta convocatória e depois de um exame que nos pudesse dar um maior embasamento. Nós sabemos da responsabilidade desta convocação, inclusive pelos moradores da Zona Sul, que esperam a aprovação deste Projeto. É a massa que espera a aprovação deste Projeto. Consideramos, também, as restrições colocadas ao Projeto. Ele é um Projeto polêmico. Polêmico foi Jesus Cristo, polêmico é tudo que se apresenta hoje, na época agressiva em que vivemos. Então, Srs. Vereadores, este exame que vamos fazer do Substitutivo apresentado é que nos levará, quem sabe, a uma outra convocação ainda neste mês e, quem sabe, a um exame em período normal de funcionamento desta Casa, no mês de agosto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos ao período de votação. A Mesa chama a atenção para os seguintes itens: primeiro, a votação é secreta. São duas chapas: uma para a 1a Vice-Presidência e outra para a 2a Secretaria. Todas as votações, nesta Casa, foram feitas assim e peço o testemunho dos Srs. Vereadores. É uma votação secreta. As chapas encontram-se na cabine de votação: para a 1a Vice-Presidência, o Ver. Artur Zanella, e para a 2a Secretaria, o Ver. Mano José.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY (Questão de Ordem): Pedimos, e com a aquiescência do egrégio Plenário, que esta Vereadora e a Vera. Jussara Cony possam votar em primeiro lugar, já que temos um compromisso inadiável às 16 horas.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa deseja uma orientação: a Mesa concorda, caso não haja objeção nenhuma do Plenário, só que temos um problema, é que são duas votações. Pediria ao Sr. Secretário que, ao proceder à chamada nominal, chame, em primeiro lugar, as Vereadoras para votarem as duas vezes, que será feito, se houver a concordância dos Srs. Vereadores aqui presentes. (Concordância do Plenário.) A Mesa convida os Srs. Vereadores Raul Casa e Hermes Dutra para acompanharem o processo de votação e de escrutíneo.

Com a palavra Sr. Secretário para que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação, com vistas à escolha do 1° Vice-Presidente desta Casa.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC” (Luiz Braz): Para votar fora da ordem nominal as Senhoras Vereadoras Teresinha Irigaray e Jussara Cony.

 

O SR. FLÁVIO COULON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero deixar registrada a minha desconformidade pela forma de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos sua desconformidade, mas queremos também informá-lo de que foi consultado o Plenário.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 21 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.

 

(É procedida a escrutinação: 19 votos SIM, 01 voto EM BRANCO e 01 ABSTENÇÃO.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eleito o Ver. Artur Zanella para 1º Vice-Presidente desta Casa.

 

(Votaram os Srs. Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada  nominal dos Srs. Vereadores para a votação que visa ao preenchimento do cargo de 2º Secretário da Mesa Diretora desta Casa.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 20 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.

 

(É procedida a escrutinação: 20 votos SIM.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eleito 2º Secretário desta Casa o Ver. Mano José.

 

(Votaram os Srs. Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Clóvis Brum, Ennio Terra, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros.)

 

O SR. PRESIDENTE: Declaro empossados os Vereadores Artur Zanella e Mano José nos cargos de 1º Vice-Presidente e 2º Secretário, respectivamente, e convido S.Exas. a tomarem assento na Mesa dos trabalhos.

A Mesa comunica ao Plenário que deferiu os seguintes Requerimentos de autoria do Ver. Cleom Guatimozim: solicitando que o P. Aut. nº 09/87 – Proc. nº 2959/87 – relativo ao Contrato de Concessão de Uso que entre si fazem o Município de Porto Alegre e a Associação dos Amigos do Teatro Municipal de Porto Alegre, visando à construção do Teatro Municipal – seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44, da LOM;  solicitando que o PLE nº 32/88 – Proc. nº 1095/88 – que altera a Lei nº 5595/85, que institui o Vale-Transporte e dá outras providências – seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44, da LOM;  solicitando que o PLE nº 34/88 - Proc. nº 1133/88 – que dispõe sobre a abertura de créditos adicionais no DMLU – seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44, da LOM.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita que o Ver. Artur Zanella assuma a Presidência dos trabalhos.

Com a palavra o Ver. Hermes Dutra, em tempo de Liderança.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não posso deixar passar essa oportunidade, sem fazer um rápido comentário sobre a eleição que acabou de acontecer na Casa. Sinto-me na obrigação de, publicamente, narrar o que precedeu a essa eleição, para que cada um faça o juízo que entender conveniente aos fatos de que vão tomar conhecimento agora. Sr. Presidente, o Ver. Rafael Santos, aproximadamente há 20 dias manifestou o desejo, em uma reunião de Bancada, de que gostaria de deixar o cargo na Mesa, em virtude de querer dedicar-se mais à sua campanha eleitoral. Internamente, resolveu-se então que a Bancada indicaria o nome do Ver. Mano José para substituí-lo. Antes do Ver. Rafael Santos pedir demissão, tomei o cuidado de consultar, em primeiro lugar, o Sr. Presidente desta Casa sobre a viabilidade da realização da eleição no período extraordinário. S. Exa. me disse que era viável. Em segundo lugar, perguntei a S. Exa. se a vaga da Mesa era garantida ao Partido Democrático Social. S. Exa. me disse que, pelo seu voto, sim. Tomei o cuidado de procurar o Ver. Raul Casa, Líder da Bancada do PFL, e lhe fiz a mesma consulta, tendo S. Exa. me garantido que os votos do PFL seriam para a indicação que o PDS fizesse. Tomei o cuidado de procurar o Ver. Flávio Coulon, à época, Líder do PMDB, lhe fazendo a mesma indagação e que me deu a mesma resposta, dizendo que os votos da Bancada do PMDB seriam para o PDS. Ontem, conversei com o Ver. Jorge Goularte, ali, naquele lugar em que ele está sentado, e S. Exa. também me disse a mesma coisa. E consultei, pasmem V. Exas., o Ver. Cleom Guatimozim. E sabe qual foi a resposta que me deu o Líder do PDT nesta Casa? Que a Bancada do PDT, pela sua palavra, sufragaria o nome indicado pelo PDS. Palavra que me foi dada pelo Ver. Cleom Guatimozim, Líder da Bancada do PDT, nesta Casa. Agora, fico entre dois caminhos, não sei se S. Exa. não tem palavra ou se a sua Bancada não tem palavra. E o mais grave de toda esta história é que este burburinho todo, e um dos meus defeitos como político é não ter garganta para engolir certas coisas, me faz mal, muito mal, ouvir certas coisas. Picuinhas, verdadeiras frescurinhas, coisa de guri colegial, quando esta Casa deveria tratar de forma adulta esta questão.

Os pequenos Partidos desta Casa foram consultados, não por mim, tomei o cuidado de falar com a Vera. Jussara Cony para que ela fizesse uma sondagem. E foram os primeiros a dizerem que acordo é acordo. E pasmem V. Exas., hoje vieram oferecer o cargo que, sob empenho de palavra, tinha sido garantido ao PDS. Não sei efetivamente o que pensar. Agora, sei das lições que vou tirar deste episódio. Ah, sei! E, às vezes, como se diz na minha terra, há males que vêm para bem. Às vezes, estamos hesitando em dar um passo, e um fato como este serve para nos dar a certeza de que esse passo deve se dado. É muito lamentável o que aconteceu nesta Casa hoje. Um acordo firmado sobre palavra de homens adultos! V. Exas. viram o que aconteceu na eleição dos dois cargos que aqui tivemos. Honestamente, bem feito para mim que acreditei. V. Exas. lembram do orçamento? Aquelas emendas que nós votamos sobre a garantia de que não seriam vetadas? Pois é, tornei a acreditar, e o que foi aconteceu? Mas acho que a Casa deu a resposta melhor do que eu em palavras quero dar, acho que a resposta foi dada ali na urna. Inclusive, por alguns homens que dignificam o mandato e que estão na representação atualmente do PDT desta Casa e que não tiveram a vergonha de simplesmente cumprir a palavra dada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Tempo de Liderança com o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Confesso que há muito tempo, durante quase dez anos em que estou nesta Casa, não assistia ao espetáculo constrangedor patrocinado pela Bancada do PDT, com exceção de dois de seus integrantes. Eu digo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que efetivamente o que aconteceu nesta tarde, não é só lamentável, mas servirá de exemplo para compromissos futuros. É inconcebível que a Bancada de Vereadores que representam o Prefeito Alceu Collares nesta Casa, trate os seus compromissos com tamanha irresponsabilidade, porque havia um acordo envolvendo todos os partidos com representação nesta Casa, pelo qual se assegurava, na composição da Mesa, a representação destes Partidos. Com a renúncia de dois integrantes da Mesa, um do PFL e um do PDS, nada mais natural que eleger os nomes dos Vereadores indicados pela Bancada dos respectivos Partidos. Não só tínhamos a obrigação de não vetar qualquer nome, porque o acordo assim não preconizava, como também a obrigação de honrar este acordo, acordo que não foi honrado pela representação do Prefeito Alceu Collares com assento nesta Casa, na tarde de hoje, à exceção de dois votos. É um fato lamentável. Três votos do PDT, em primeira e segunda votações. Dos 14 Vereadores, apenas três tiveram a coragem e a dignidade de honrar o seu compromisso. Isto fica muito feio. Além de ficar muito feio, não é um bom exemplo para os políticos e não é um bom exemplo para a Cidade. Imaginem os senhores que tais fatos estão a ocorrer na Casa de representação do povo de Porto Alegre. Eu confesso aos senhores que estou muito triste na tarde de hoje. Não esperava que o PDT deixasse de honrar o seu compromisso, mas o mais vergonhoso, aliado ao fato de não honrar o seu compromisso, é não enfrentar, nos olhos, aqueles com quem se firmou este compromisso. A Bancada do PDT, com exceção de três de seus integrantes, fugiu, desapareceu deste Plenário. Não honrou o seu compromisso e fugiu, na hora mais séria de cumpri-lo. Nós nunca questionamos o nome de nenhum Vereador indicado pela Bancada do PDT. Sufragamos o nome dos integrantes da Mesa indicados PDT. Mas, infelizmente, nesta tarde, o PDT não honrou seu compromisso, desonrou, não teve seriedade ao tratar seus compromissos, votando nos nomes indicados pelas outras bancadas. Lamentamos, e esperamos que esse episódio seja definitivamente varrido no cenário desta Casa. Que não se repita mais, que, no mínimo, tenhamos a dignidade de honrar os nossos compromissos. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com PFL. Com a palavra o Ver. Raul Casa.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente Artur Zanella, na Presidência dos trabalhos desta Casa, Srs. Vereadores. Há momentos, na atividade política, em que nos sentimos gratificados pela missão que nos foi confiada pelo povo, essa missão implica compromissos, implica conversações, implica empenho e honradez em relação aos compromissos assumidos. O PDT, no início da Legislatura, assumiu um compromisso nesta Casa, e nós assumimos o compromisso com o PDT, dando a esse partido o voto que ele estava a merecer, pela sua representatividade. Se por uma dessas circunstâncias da atividade política, algum membro do PDT tivesse renunciado, como ocorreu certa vez, quando o Ver. Nei Lima renunciou, nós honramos o compromisso; hoje não poderíamos esperar desse Partido outra postura senão aquela de também honrar os compromissos assumidos. Na verdade, o ilustre Ver. Nei Lima não assinou à época porque exercia no Executivo o cargo de Secretário, o acordo com o PMDB, mas na Bancada do PDT existem também aqueles que acima de conveniências, de moção, que acima de circunstâncias políticas honram a palavra empenhada. Não pela entidade individual, mas pelo ente político que eles representam. O PDT não é apenas o Ver. Nei Lima, não é apenas o Ver. Cleom Guatimozim. O PDT é muito mais do que isto, é sua Bancada no todo, é aquela grei política que nos legou uma lição de compromissos, cujo líder maior foi Getúlio Vargas. E não entendo a postura de alguns integrantes da Bancada do PDT que tentaram, mas não conseguiram, romperam o acordo firmado para valer até o fim do ano em meio ao ano legislativo. De nossa parte agradecemos àqueles integrantes da Bancada do PDT que no meu entendimento, muito mais do que atingir ao PFL, quiseram atingir ao próprio Prefeito Alceu Collares como estão fazendo alguns amiudadamente nos últimos dias. A agressão que fizeram hoje ao não sufragar o nome do Vereador do PDS indicado, é uma agressão, uma forma de rebeldia, é uma forma de intrigar o Sr. Prefeito Municipal com as Bancadas com assento nesta Casa. E nós teremos, acima de tudo, como sempre tivemos, a postura para distinguir entre o que é bom para a Cidade e aquilo que nós julgamos não merecer o voto, pelo menos da nossa Bancada. Continuaremos votando sim, ou não, de acordo com nossa deliberação de grupo. E esta Casa é testemunha da nossa postura. Nós haveremos de votar sim, a favor da Cidade, naqueles Projetos que indicam interesse à Cidade, mas o PDT terá, de hoje em diante, de parte da nossa Bancada, um cuidado especial, porque acima de tentar intrigar os Vereadores desta Casa entre si, querem, na verdade, mais uma vez, botar lenha na fogueira do próprio PDT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa comunica ao Plenário que acaba de receber Emendas ao PLCE nº 07/88, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, que estabelece normas de instalações hidrossanitárias e tarifárias para o serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto no Município de Porto Alegre, como segue: de autoria do Ver. Clóvis Brum (01), de autoria do Ver. Hermes Dutra (04) e de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt (02). Apregoadas as Emendas, a palavra com o Ver. Antonio Hohlfeldt, em tempo de Liderança com o PT.

 

O SR. NEI LIMA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu questiono, vou passar a questionar tudo. Em primeiro lugar, como era uma reunião que tratava, uma Sessão especial até baseada no art. 2º do Regimento Interno, para a eleição da Mesa, eu pergunto à Mesa da validade da apregoação das Emendas, se elas têm validade ou não e também questiono a posição da Mesa ter liberado lideranças aos Partidos, tendo em vista que não consta no Regimento que após uma reunião específica as Lideranças teriam direito a falar. Nada contra à Liderança do PT, mas talvez, mais errado será utilizar a liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: Será encaminhado à Diretoria Legislativa, lembrando ao Ver. Nei Lima que estou seguindo estritamente a condução feita pelo Ver. Brochado da Rocha, Presidente titular que apregoou e votou inclusive projetos depois e cedeu a palavra ao Ver. Cleom Guatimozim, Líder do PDT, e após teve que se ausentar. Estou simplesmente concluindo o trabalho iniciado pelo Ver. Brochado da Rocha.

Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a edição que circula nesta semana da Revista “Isto é/Senhor", que marca para todos nós, profissionais de imprensa, um momento importante na história dos meios de comunicação do Brasil, sobretudo nas publicações de Revistas, porque cria uma nova fase para duas revistas de tradição, que se juntaram, a que eu, pessoalmente, considero como a melhor revista deste País, a “Senhor”, uma revista de bela tradição na área de cultura, a revista “Isto é”, vendida à Empresa Três, traz nas suas páginas de entrevista um belo trabalho a respeito da falência dos políticos neste País.

A nível de exemplaridade do que se diz na referida entrevista, feita por um psicólogo e psiquiatra, dos “jeitinhos”, do “golpismo”, da corrupção, que grassa este País, em todos os níveis, que aliás, o próprio “Jornal do Brasil” já comentava, tivemos aqui, de certa maneira, na tarde de hoje, um episódio da eleição de dois membros-substitutos da Mesa diretora desta Casa. Em primeiro lugar, portanto, antes de mais nada, cumprimento o Ver. Jorge Goularte. Ele é o único que não tinha nenhum compromisso formal com o acordo: ele não assinou o acordo, mas teve a hombridade, o caráter e a responsabilidade política, inclusive, de realmente não se prestar à massa de manobra.

Em segundo lugar, gostaria de repetir aquilo que eu já dizia ao Ver. Raul Casa e ao Ver. Hermes Dutra, bem como às outras lideranças. Acho que nesses poucos seis anos que estou numa cadeira nesta Casa, caracterizei-me muito claramente, entre erros e acertos, com a manutenção da palavra e confiança na palavra dos outros. Mesmo quando temos as maiores discordâncias possíveis, sei a força que pode ter um voto, pelo PT, e sei da importância deste voto. Firmamos um acordo. Não via por que, realmente, descumprir tal acordo. Foi a minha reação imediata, desde o primeiro dia, quando o PFL nos comunicava, ainda extra-oficialmente, a renúncia do Ver. Frederico Barbosa e depois sabíamos pelo Ver. Hermes Dutra da saída do Ver. Rafael Santos. Quer dizer, aquele cargo não pertencia a um sujeito, pertencia a uma sigla partidária, com a qual havíamos fixado um acordo. E realmente, a lição que o PMDB vem nos dando de romper acordos, mas guardar cargos não é a melhor lição que nós temos. E evidentemente, se qualquer um de nós rompêssemos o acordo, como acabou fazendo a Bancada do PDT, e me dirijo e refiro a Vereadores que aqui estavam, e não os que estavam ausentes, evidentemente, deveriam, também entregar os cargos a que têm direito na Administração da Casa.

Cabem duas observações sobre o episódio, além das que já foram feitas pelas lideranças, que mostram o mínimo de conseqüência e seriedade desta Casa. A primeira, me parece que fica cada vez mais claro uma tendência àquilo que diríamos em linguagem popular, o tratoramento do Legislativo na defesa dos interesses do Executivo, alguns Vereadores abrem mão, inclusive, da sua autonomia e da sua característica como Vereadores. Isto me parece grave, pois ficam meros penduricalhos, meras adesões ao Executivo. Explico porque esta observação, e vai a segunda observação, é que não se tratara, evidentemente, de um veto nominal ao Ver. Mano José. Mas se tratava, sim, Srs. Vereadores, e daí a significação da nossa vitória, hoje, de o PDT não querer que ninguém fora do próprio PDT saiba dos segredos da Administração.  

Aposto que, a partir de hoje, o Prefeito Collares não viaja mais, até o dia primeiro de janeiro. E por que não viaja mais? Porque, evidentemente, o Ver. Mano José, quando substituí-lo poderá resolver checar as contas da Prefeitura. E a partir daí nós poderemos descobrir algumas coisas interessantes.

E fica aqui o registro do porquê desta batalha, na minha interpretação muito humilde, é porque ao PDT não interessa que se tenha um controle dentro da máquina administrativa, que é o que se passa ter, a partir de agora, através exatamente da possibilidade do Ver. Mano José, que não é candidato, a nenhuma reeleição, poder ocupar substutivamente o cargo do Sr. Prefeito Municipal.

E, por fim, o registro de, que também demonstramos, hoje, aqui, já que fomos forçados a isso, que mesmo com o aumento da Bancada da Situação nós oferecermos uma postura de oposição eficiente para discutirmos o interesse da Cidade e desta Casa.

Então, por todos esses motivos, acho que a tarde foi importante, o episódio foi significativo e pedagogicamente interessante para todos nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jorge Goularte, pelo Partido Liberal.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, houve mais um episódio na Mesa desta Casa, em que felizmente o bom senso fez com que as coisas ficassem bem.

Mas, eu queria dizer, Ver. Antonio Hohlfeldt, que eu agradeço a V. Exa. a manifestação que fez a meu respeito. Mas, quando eu sou candidato a alguma coisa eu sou abertamente, mas eu não gostaria de participar a última hora de algo com o qual eu não pactuei. Eu fui um Vereador que não assinei esse acordo, mas que acima de tudo tenho autoridades para aceitá-lo. Então, Ver. Hermes Dutra, acho que V.Exa. foi mais uma vez um líder atuante, como tem sido ao longo de tantos anos, mas acho que agora as coisas estão mais claras, porque nós temos que começar a pensar como agir e até em quem confiar. Porque numa Casa Legislativa, como qualquer outra instituição, composta de homens de todas as idéias, as facções partidárias, deve ter, acima de tudo, o respeito entre os Pares. Eu até vou dizer a V. Exa. Ver. Hermes Dutra, quando me convidaram, na última hora, eu levei tudo na brincadeira, porque eu jamais faria isso, especialmente a dois colegas como o Ver. Artur Zanella e o Ver. Mano José. Mas eu fico contente, até, pelo resultado, a unanimidade dos presentes votaram nos dois Vereadores da Mesa. É um episódio que vai ficar para uma análise futura e, como diz um pensamento, as desilusões, as decepções, os desencantos não devem nos destruir e nem nos desestimular, e sim nos dar experiência para decisões futuras. É o que pretendemos fazer analisando o comportamento que foi, por parte de alguns Vereadores, criticados nesta tribuna e que eu, particularmente, é um caso superado numa análise que deve ser feita exatamente como diz o pensamento: para decisões futuras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Caio Lustosa, em tempo de Liderança.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por motivo de um compromisso premente, reunião que tínhamos com a Comissão Provisória do Partido Social da Democracia Brasileira e que visa, antes de tudo, contribuir para a conciliação e o entendimento das forças progressistas desta Cidade com vistas ao próximo pleito, nós não estivemos aqui quando, no episódio recente, a Câmara elegeu V. Exa., Ver. Artur Zanella, como 1º Vice-Presidente, e o Ver. Mano José na 2º Secretaria. Nós queremos, dizer, se aqui estivéssemos, também cumpriríamos com aquele compromisso que assumimos ao firmarmos o acordo que formou a Mesa da Câmara neste final de Legislatura. Isso, dentro de uma posição que sempre procuramos manter aqui, de firmar os compromissos assumidos, independentes de divergências de ordem ideológica ou partidária, mas é necessário que, em benefício mesmo da respeitabilidade desse Legislativo, não façamos, por questões menores, a quebra de compromissos que, sem dúvida alguma, se for diverso o nosso comportamento, irão implicar o próprio desprestígio da atividade legislativa, perante a opinião pública e o eleitorado. Portanto, deixamos aqui a nossa saudação aos novos integrantes da Mesa, lamentando este episódio da maioria da Bancada do Partido Democrático Trabalhista que não se coaduna evidentemente com o melhor exercício da democracia. É um resquício das práticas autoritárias que, mesmo os partidos que sofreram com o autoritarismo, acabam assumindo no momento em que assumem o poder. De outra parte, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós queremos insistir no propósito, no esforço que está fazendo o PSDB, em tentar aproximar os segmentos progressista dos partidos progressistas desta Cidade, com vistas ao pleito de novembro próximo. Sabemos das divergências, das incompreensões, muitas delas, legítimas até, firmadas em princípios ideológicos, mas achamos que, pela gravidade dos problemas que Porto Alegre enfrenta, como de resto o País como um todo, seria a hora de afastarmos veleidades pessoais, para não dizer as ambições pessoais de dirigentes de alto gabarito que se encontram nos partidos chamados progressistas e em torno de um programa bem concreto, de uma administração renovada, de busca de soluções para as camadas mais amplas desta Cidade. E poder-se-á, ainda, formalizar – e concretizar – a tão discutida frente popular em Porto Alegre. É este o propósito dos inúmeros encontros que a direção provisória de nosso Partido vem formulando, não obstante rejeições algumas que certos puristas, que, aliás, se encontram em todas as greis partidárias, rejeições que eles, às vezes, formulam, e acabam por inviabilizar o avanço e a afirmação de alianças que o momento histórico está a exigir. É esta, então, mais uma tentativa que nós fazemos e que estamos prosseguindo a nível estadual e municipal. Deixamos, aqui, a nossa saudação aos novos integrantes da Mesa desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ao encerrar os trabalhos, eu queria, em meu nome pessoal e em nome do Ver. Mano José, agradecer a confiança que nossos colegas, hoje, depositaram em nós. Eu já exerci diversos cargos no Executivo, exerço o cargo de Vereador mercê de um apoio popular e me sinto extremamente grato a todos os colegas que, hoje, sufragaram o meu nome e o nome do Ver. Mano José. Queria, também, deixar registrado que incluo entre aqueles que sufragaram o nosso nome os Vereadores Werner Becker, Adão Eliseu e Caio Lustosa que, em face de outros compromissos, não estavam aqui no momento da votação, mas que expressaram, de viva voz, este seu apoio. Finalmente, eu queria dizer que, de todos os cargos que exerci, saí de cabeça erguida e, em assembléias de funcionários, claramente expressei, à frente de milhares de funcionários, que eu tinha o direito de ali estar porque nos diversos cargos que exerci nunca puni ninguém, nunca exerci coerção nenhuma a ninguém, nunca pedi ficha partidária a ninguém e por isso saía tranqüilo dos cargos que já exerci em minha vida profissional. Espero fazer exatamente a mesma coisa quando sair deste cargo.

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Não seria bem uma Questão de Ordem, mas informalmente uma averbação. Quero dizer que a inclusão que V. Exa. fez foi com autorização expressa minha e que a fiz com extrema satisfação e com extremo reconhecimento da conduta de V. Exa., não só parlamentar, política, pessoal, e de convivência nestes cincos anos e meio, fraterna e afetiva. Só lamento que, por atraso, não tenha chegado aqui, mas conte V. Exa. que o voto que dei a V. Exa. já tinha dado na reunião da minha Bancada desde ontem. Desculpe V. Exa. expressamente, por eu não ter podido estar aqui, mas quero dizer que estou extremamente satisfeito com a chegada de V. Exa. nesse cargo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h52min.)

 

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